Fragmentos de Coragem: Aceitar, Curar, Florescer

Tenho aprendido, ao longo do meu caminho de cura, o valor transformador de aceitar minha própria vulnerabilidade. Descobri, em meio ao sofrimento e à alegria, que só é possível conquistar autenticidade e permitir que a felicidade floresça quando acolho a mim mesma por completo. Ser feliz não significa ostentar perfeição aos olhos dos outros, da sociedade ou do próprio ego; é escolher ser quem se é, sem máscaras sufocantes, caminhando adiante apesar dos limites e desafios. É aceitar a própria história e reconhecer na vulnerabilidade a matéria-prima da transformação.

Ser vulnerável, para mim, é o primeiro e mais ousado passo em direção a uma vida mais autêntica. É quando começamos a juntar nossas partes fragmentadas, abrindo mão da necessidade de encaixe nas expectativas alheias. É uma “dança” contínua, não um destino final, mas uma jornada corajosa: a coragem de ser imperfeito, de seguir mesmo sem sentir-se pronto, de reconhecer o próprio valor e de desvendar a própria essência.

Tristemente, aprendemos desde cedo a esconder nossas partes feridas, a rejeitar nossas sombras, a silenciar nossa criança interior. Sempre que negamos essas partes, sufocamos a nossa verdade. E por que aprendemos a nos esconder? Pela vergonha. Aprendemos a sentir vergonha de quem somos, por isso vestimos máscaras tão bem elaboradas—tudo para proteger nossa vulnerabilidade. Muitas vezes, são aqueles mais próximos de nós que patrocinam esse movimento, perpetuando o mesmo ciclo que viveram e apenas oferecendo o que sabiam e podiam oferecer.

Acredito que todos travamos uma corrida por sobrevivência emocional, buscando suprir o vazio e a desconexão de nós mesmos por meio da validação externa. Acabamos negando e rejeitando nossa vulnerabilidade, escondendo-nos atrás da vergonha e da falta de autoamor. E então, caímos na armadilha de que ter uma vida comum é não ter sentido, de que aparência ou status nos define. Mas tudo isso só aprofunda nosso sofrimento e isolamento. Quem não constrói um lar dentro de si, dificilmente o encontrará fora.

E quero lembrar: não é sua culpa.

As dificuldades que enfrentamos criaram em nós mecanismos de proteção. Falo desse lugar sagrado e também doloroso, onde honramos o valor da nossa história. Aprendemos a nos proteger porque, de algum modo, achamos que não éramos bons o bastante ou que precisávamos nos encaixar. Toda criança quer ser aceita – não por ser boazinha ou bonita, mas simplesmente por existir.

Lembro até hoje da menina cheia de vergonha que fui, com aqueles olhos assustados. Por tanto tempo carreguei essa sensação inconscientemente. Agora, aos poucos, consigo reconhecer meus motivos, me aceitar e não preciso mais me esconder de mim mesma.

Hoje, com mais coragem, estou aberta à minha cura. Aceito minhas imperfeições, meus medos, minha história—tudo aquilo que antes tentei rejeitar. Descobri que quanto mais me negava, mais sofria e mais vulnerável ficava às armadilhas da vida.

Nos meus pequenos e grandes atos de coragem, venho desvendando minha essência, meu valor único.

Por isso, deixo aqui meu convite carinhoso para você: ouse ser vulnerável, ouse se amar e tornar-se, cada vez mais, dono(a) de si mesmo(a).

Com todo meu carinho,

um beijo no coração.

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